quinta-feira, 15 de outubro de 2015

A Monarquia Social e Representativa.


A Monarquia deve identificar-se com o processo tradicional que faz parte da vida da Pátria, melhor dizendo, constituir no aspecto político a sua própria substância. A Monarquia tem de representar as raízes e a continuidade, contra a improvisação e a instabilidade.

A sua posição deve ser contrária ao que se costuma chamar “regimes de opinião”. Esta "ideocracia" que hoje comanda a política mundial, é o domínio de um ponto de vista abstracto e único que, por oposição com o estado das coisas natural e histórico, é estendido por um partido ganhador a toda a vida da Nação.

Ao separar o regime político da vida dos povos e ao fazer dele uma estrutura uniforme e isolada, perderam-se a tradição e os hábitos estáveis de governo, substituindo-se o instinto de adaptação e de evolução histórica por pontos de vista meramente individuais, ideias afastadas da realidade, na maior parte das vezes utópicas: a consequência lógica disto foram o simplismo e a inflexibilidade dos actuais regimes.

A nossa monarquia e a nossa constituição histórica não se formaram por decretos nem pragmáticas dos réis, surgiram sim das entranhas da própria sociedade. Como todas as antigas instituições não há data para a sua aparição, quando se conheceram já tinham séculos de existência, estavam entranhadas na alma do povo.

A antiga Monarquia, embora nascida da sua própria História, era uma tradição política viva que tinha o poder de incorporar pacificamente tudo o que de útil e necessário traziam os tempos, assimilando a sua própria substância, sem prejuízo da sua unidade e continuidade. Era um regime que assentava na natureza das coisas, unia povos diversos na mesma monarquia, sem restringir a sua autonomia e personalidade, podia absorver e incorporar modos, estilos, hábitos e sistemas alheios sem desconstruir a sua estrutura tradicional.

Retirado e adaptado de “A monarquia social e representativa no pensamento tradicional” de Rafael Gambra Ciudad e publicado in "A Bandeira Branca" em 15/10/2015 por Guilherme Koehler.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Os 10 Mandamentos do comentador responsável:

01 - Não serás excessivamente longo.
02 - Não dirás falso testemunho.
03 - Não comentarás sem deixar o teu nome.
04 - Não blasfemarás, nem invocarás o nome de Deus em vão.
05 - Não te desviarás do assunto.
06 - Não responderás só com links.
07 - Não usarás de linguagem profana e grosseira.
08 - Não serás demasiado curioso.
09 - Não alegarás o que não podes evidenciar.
10 - Não escreverás SÓ EM MAIÚSCULAS.

Obs. A moderação de comentários está activada, portanto, os vossos comentários só ficarão visíveis após aprovação da administração.

Não serão aprovados comentários de autores anónimos.