quarta-feira, 22 de abril de 2015

A traição do ex-Imperador do Brasil, Pedro I e as forças (maçónicas) da Quádrupla-Aliança.

Fig. 1 O Imperador do Brasil, Pedro I.


(...) "Ainda em 1831, o estadista José Bonifácio obrigou o imperador Dom Pedro I, ACUSADO DE EXCESSO DE AUTORITARISMO, a abdicar da Coroa do Brasil no filho Dom Pedro II do Brasil. Vendo-se OBRIGADO a viajar para a Europa, instala-se entre Paris e Londres, onde os novos regimes saídos da Revolução de 1830 lhe podiam ser favoráveis. Em seguida, utilizando O OURO do Brasil DEVIDO a Portugal pelo Tratado Luso-Brasileiro de 1825 (Tratado do Rio de Janeiro de 1825) e com o dinheiro reunido pelo Franco-Maçon Juan Álvarez y Mendizábal, reúne um Exército de Portugueses Emigrados e de Mercenários Estrangeiros, que embarca numa frota com a finalidade de conquistar uma posição em território português Continental. Conquistada que fora a fortíssima posição Militar e Naval de Angra, nos Açores, o Corpo Expedicionário de Dom Pedro parte daí, para desembarcar no Continente português, o que ocorrerá em 9 de Julho de 1832, a norte do Porto, na Praia dos Ladrões, com um efectivo de 7500 homens (sendo 2300 Franceses, 2130 Ingleses, 900 Belgas, 500 Polacos, 500 Irlandeses, 370 Escoceses e 900 Portugueses)". *

                  
Fig. 2 Litografia satírica de Benjamin [Roubaud] para o jornal La Caricature, publicada a 4 de Setembro de 1834. 
Talleyrand, vestido de Papa, faz jurar o Evangelho aos representantes das quatro nações.

(...) Quádrupla-Aliança é a designação dada ao tratado assinado em Londres a 22 de Abril de 1834 entre os Governos de Guilherme IV do Reino Unido, Luís Filipe de França, Dom Pedro I do Brasil (regente em nome de sua filha Dona Maria da Glória, futura Dona Maria II) e a regente de Espanha Dona Maria Cristina de Bourbon, visando impor regimes liberais nas monarquias ibéricas. Tal implicava a garantia da expulsão dos Reis Dom Miguel de Bragança de Portugal e Dom Carlos de Borbón de Espanha, mesmo que tal obrigasse à entrada de tropas estrangeiras nos respectivos territórios.

Neste sentido ficou aprovado que a Espanha forneceria um corpo de tropas por ela mantido; a Inglaterra uma força naval; e a França, se necessário, o que se combinasse. Portugal enviaria, se fosse necessário, um Exército Auxiliar para Espanha com o intuito de ajudar as tropas liberais espanholas, o que veio a suceder.


A primeira acção militar deu-se em Portugal, no quadro da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) que então opunha Liberais, encabeçados pelo ex-Imperador do Brasil, Dom Pedro I e Realistas/Legitimistas encabeçados pelo Rei Dom Miguel I de Portugal. Naquela intervenção, o Almirante Charles Napier desembarcou tropas na Figueira da Foz, avançando por Leiria, Ourém e Torres Novas e o General Espanhol José Ramón Rodil y Campillo entrou em Portugal através da Beira e Alto Alentejo com uma expedição de 16 mil homens em apoio do partido de Dom Pedro e de sua filha Dona Maria da Glória. Na batalha de Asseiceira, as forças militares portuguesas foram derrotadas pela conjugação destas forças estrangeiras aliadas às forças do 1.º duque da Terceira, sendo o Rei Dom Miguel forçado a abdicar em favor de Dona Maria II através da Concessão de Évora Monte, datada de 26 de Maio de 1834.

Mais tarde, ainda no que respeita a Portugal, a Quádrupla-Aliança foi invocada para legitimar uma nova intervenção estrangeira que, na Primavera de 1847, pôs termo à Guerra-Civil da Patuleia que havia rebentado na sequência da Revolução da Maria da Fonte e do Golpe Palaciano da Emboscada.


Fig. 3 Tropas Liberais da Quadrupla-Aliança (estrangeiras) castigando um dos revoltosos portugueses da Patuleia. 



*Retirado do livro "A Artilharia de Campanha na Guerra Civil Portuguesa".

2 comentários:

  1. Vejo um erro nesta nota: o autodenominado Exército Libertador arrancou de S. Miguel e não da Terceira.
    S. Miguel foi a última ilha a ser conquistada pelos liberais!

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    1. O texto foi retirado dum site já extinto, que se chamava "A Artilharia de Campanha, na Guerra Civil Portuguesa" e diz apenas que o exército de Dom Pedro partiu dos Açores: «... Conquistada que fora a fortíssima posição Militar e Naval de Angra, nos Açores, o Corpo Expedicionário de Dom Pedro parte daí (dos Açores), para desembarcar no Continente português...».

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