Este texto destina-se a esclarecer aqueles que dizem que os territórios ultramarinos portugueses eram dos
"NATIVOS". Ora, os
"NATIVOS" que estavam lá aquando da chegada portuguesa no século XV, eram nativos havia apenas 300 anos, pois também eles tinham vindo doutros pontos do Continente Africano e lutado para conquistar terras e escravos aos povos que habitavam então aquela zona. Quando a partir de 1482 chegaram os primeiros portugueses aqueles territórios, não tiveram problemas em instalar-se, pois havia muito terreno desocupado e sempre que alguma tribo tentava CONQUISTAR os territórios portugueses, era derrotada.
As várias tribos que existiam nos países que vieram a ser conhecidos por Guiné-Portuguesa, Angola e Moçambique, depois de criados e desenvolvidos pelos portugueses durante quase 500 anos, lutavam entre si mesmas por mais território e escravos. Tal como acontecia em vários pontos do mundo, entre tribos e até Estados Independentes, até meados do século XX.
Posto isto, se os BANTU puderam CONQUISTAR aquelas terras aos KHOISAN e escravizar alguns deles, porque razão não puderam (na opinião de alguns) os portugueses fazer a mesma coisa!?? A escravatura era algo comum naquela época, tal como o havia sido desde o início da história registada do mundo. Importa ainda dizer que, Portugal foi dos primeiros países a abolir essa prática, durante o reinado de Dom José I, em 1761. Não podemos julgar esses acontecimentos, com base naquilo que vivemos actualmente, estamos em pleno século XXI. Nem há termo de comparação possível. Tal como não há comparação entre Portugal e outras potências colonizadoras Europeias. Pois, nenhuma dessas potências criou e desenvolveu durante tanto tempo aqueles territórios, até chegarem à condição de Estados, tal como fez Portugal. Ao invés, preocuparam-se mais em trazer quantas riquezas pudessem para a Europa, sem se preocuparem com as populações que lá viviam. Já para não falar na maneira como ocupámos e desenvolvemos aqueles territórios e desde quando o fizemos. Não há sequer comparação possível.
« (...) Os habitantes originais de Angola foram caçadores-recolectores Khoisan, dispersos e pouco numerosos. A expansão dos povos Bantu, chegando do Norte a partir do segundo milénio, forçou os Khoisan (quando não eram absorvidos) a recuar para o Sul onde grupos residuais existem até hoje, em Angola, na Namíbia e no Botsuana.
Os Bantu eram agricultores e caçadores. Sua expansão, a partir da África Centro-Ocidental, se deu em grupos menores, que se relocalizaram de acordo com as circunstâncias político-económicas e ecológicas.
Entre os séculos XIV e XVII, uma série de reinos foi estabelecida, sendo o principal o Reino do Congo que abrangeu o Noroeste da Angola de hoje e uma faixa adjacente da hoje República Democrática do Congo, da República do Congo e do Gabão; a sua capital situava-se em M'Banza Kongo e o seu apogeu se deu durante os séculos XIII e XIV. Outro reino importante foi o Reino do Ndongo, constituído naquela altura a Sul/Sudeste do Reino do Congo. No Nordeste da Angola actual, mas com o seu centro no Sul da actual República Democrática do Congo, constituiu-se, sem contacto com os reinos atrás referidos, o Reino da Lunda.
Em 1482 chegou na foz do rio Congo uma frota portuguesa, comandada pelo navegador Diogo Cão que de imediato estabeleceu relações com o Reino do Congo. Este foi o primeiro contacto de europeus com habitantes do território hoje abrangido por Angola, contacto este que viria a ser determinante para o futuro deste território e das suas populações...».
Analisando a história do mundo e a de África, SE os portugueses NÃO TINHAM DIREITO aqueles territórios, também não teremos direito a mais nada neste mundo, temos de ACEITAR a pretensão do
Estado Islâmico, ou
DAESH de querer todas as antigas possessões Muçulmanas na Península Ibérica, devolver-lhes esses territórios e retornarmos às origens, ao CONDADO PORTUCALENSE.
- Isto, se o actual
Rei de Espanha, não quiser recuperar o
Condado Portucalense que foi dado pelo
Rei Dom Afonso VI de Leão e Castela "O Bravo" ao
Conde Dom Henrique da Borgonha!?! Senão, seremos um povo sem pátria, tal como o foram os Judeus durante mais de 2000 anos!!!
O que me faz uma certa confusão é o seguinte:
- Os
Estados Unidos da América puderam dizimar várias tribos Ameríndias (Pele-Vermelha), puderam ocupar todos os territórios de Este a Oeste do seu actual país, puderam ROUBAR aos Mexicanos o Texas, Califórnia, Arizona, Utah e partes do Novo México e Colorado, podem ter a Baía de Guantanamo em Cuba, podem ter o Alasca e o Luisiana que compraram à Rússia e à França, podem ter várias ilhas no Pacífico e Atlântico e vários "protectorados" que ficaram desde a II Guerra Mundial, SÓ Portugal não pode ter Angola, Guiné-Portuguesa, Moçambique, São Tomé, Príncipe e Cabo Verde!?
- A
Holanda pode ter todas as Ilhas que COLONIZOU nas Caraíbas, só Portugal não podia ter São Tomé, Príncipe e Cabo Verde, que estavam desabitadas quando os portugueses lá chegaram em 1460...
- A
Inglaterra pode ter a Escócia, País de Gales, Irlanda do Norte, as Ilhas Malvinas, Gibraltar e várias outras espalhadas por este mundo fora. Só Portugal não pode ter Angola, Guiné-Portuguesa, Moçambique, São Tomé, Príncipe e Cabo Verde!?
- A
França pode ter a Guiana-Francesa encostada ao Brasil, pode ter a Córsega, a Martinica, a Polinésia Francesa, Guadalupe, etc, etc. Pois são um sem-fim de ilhas, SÓ Portugal, não pode ter Angola, Guiné-Portuguesa, Moçambique, São Tomé, Príncipe e Cabo Verde.
Porque razão Portugal é o único país do mundo que só pode ter aquilo que a Maçonaria entende que devemos ter!? E todos os outros podem ter os territórios que roubaram, conquistaram e ocuparam pela força. Porquê??? Alguém me sabe responder!?
Ainda acerca da colonização dos territórios ultramarinos por parte dos portugueses, temos de olhar para esse acontecimento à luz da época em que se vivia, estávamos em pleno século XV. A descoberta e colonização de novos territórios era então algo perfeitamente normal. Portugal, ao invés de trazer as riquezas daqueles territórios para a Europa, fê-los seus, desenvolveu-os, tornou-os nos países que eram em 1974.
Aqueles territórios e povos, foram portugueses durante 500 anos. Foram os portugueses que lutaram e morreram durante esses 5 séculos para aí manter a soberania portuguesa e manter também a paz, estabilidade e prosperidade daquelas populações.
Portanto, não fazia sentido algum aqueles territórios deixarem de ser portugueses, aquilo que sempre haviam sido desde a sua criação como províncias ou estados.
Importa ainda dizer que quem lutava contra Portugal, era uma minoria financiada pela ex-U.R.S.S. dum lado e pelos E.U.A. do outro. Potências essas que estavam interessadas nas várias riquezas de Angola, Moçambique e Guiné-Portuguesa, pelo que tudo fariam para tentarem espoliar Portugal desses seus territórios centenários.
- É fácil de provar que era uma minoria quem lutava contra Portugal, mas vem-me à memória por exemplo, a situação vivida em Moçambique em Setembro de 1974, onde o povo saiu à rua porque desejava efectuar
um referendo pela Independência de Moçambique, pois a maioria do povo queria continuar a ser Portuguesa e os nossos
"ilustres" líderes,
Mário Soares e
Álvaro Cunhal, disseram imediatamente que não, seria independência e nem se falava mais nisso. Pois, não podiam quebrar as promessas feitas à
U.R.S.S. em
Paris a 27 de Setembro de 1973.
Importa ainda dizer que o golpe de 25 de Abril de 1974 foi apressado, justamente porque a guerra estava practicamente terminada.
A situação de Angola e Moçambique estava controlada e quase que pacificada, só na Guiné ainda não o estava, mas Marcelo Caetano havia encetado negociações com os líderes do
PAIGC para encerrarem as hostilidades e estes últimos, estavam tão desesperados por um qualquer tipo de acordo, que o teriam aceitado imediatamente.
Pois, tanto a U.R.S.S., como os E.U.A. já não enviavam mais dinheiro, nem armas a estes movimentos terroristas, visto já não acreditarem numa vitória, ao cabo de 13 anos de guerra de guerrilha, sem resultados visíveis. Daí a urgência em efectuar o golpe de 25 de Abril, para terem os
traidores o argumento de
"acabar com a guerra" do seu lado e tentarem assim, passar a
"libertadores".
O próprio Tenente-Coronel Marcelino da Mata disse em entrevista ao Jornal "O diabo", publicado em 29 de Julho de 2014, o seguinte:
«(...) Entrevistador: A guerra na Guiné estava perdida, como muitos afirmam?
Marcelino da Mata: Não estava nada perdida! Se não fosse o 25 de Abril, mais um ano e o PAIGC entregava tudo. Eu sei, eu sou da Guiné e conheço as zonas todas, faltava ocupar o único sector para eles se entregarem, era o único corredor onde eles passavam com armas.»
Creio que, lidos os 3 excertos que publiquei acima, pouco mais haverá a dizer acerca do 25 de Abril de 1974. Sinto-me um pouco melhor, pois já é hora de repor a verdade histórica.
O povo merece saber a verdade. Portugal não perdeu guerra ultramarina alguma, a guerra contra o terrorismo nas províncias ultramarinas portuguesas, foi perdida no Terreiro do Paço nessa fatídica madrugada de 25 de Abril de 1974.