sexta-feira, 16 de outubro de 2015

As Corporações e a representatividade.


A época económica em que vivemos, tem vastas repercussões nas questões sociais e políticas. É prioritária uma renovação que se fará por imperativo da necessidade e que só poderá ser marxista ou cristã, pelo ódio e pela luta de classes, ou pelo amor e a superação na justiça, na liberdade e na verdade.
Assim é fundamental a constituição de Corporações livres independentes da tutela de organismos que lhe são alheios, sejam o Estado, os partidos ou qualquer grupo capitalista de pressão. Corporações únicas por categorias profissionais, formadas só por trabalhadores, pois a presença do capitalismo torna-as verticais e adultera a sua função. Têm de ser também democráticas, ou seja, organizadas de baixo para cima, com os chefes escolhidos livremente pelos seus membros.
As Corporações livres, democráticas e profissionais hão-de constituir a primeira força da sociedade. Os trabalhadores devem participar na vida pública do país através das Corporações, com representantes nos municípios, no Parlamento e nos órgãos de planificação económica;
Retirar aos sindicatos funções representativas, como se vê nas democracias liberais, é retirá-los do acesso à vida pública do país, onde se tomam as grandes decisões de interesse para a vida comunitária.
As Corporações têm de representar os interesses dos trabalhadores; reformar as empresas como forma de superar a propriedade capitalista; controlar a segurança social, evitando que caia nas mãos do Estado ou do Capitalismo; criar uma Banca Sindical, como um canal de protecção dos trabalhadores; promover a formação profissional, académica, cultural e informativa dos trabalhadores; transformar a sociedade, substituindo a riqueza como factor vertebrado da sociedade pelo trabalho; recusar de forma clara o princípio da luta de classes e o internacionalismo, defendidos pelos sindicatos marxistas.

Publicado por Guilherme Koehler in “A BANDEIRA BRANCA” em 14/10/2015.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

A Monarquia Social e Representativa.


A Monarquia deve identificar-se com o processo tradicional que faz parte da vida da Pátria, melhor dizendo, constituir no aspecto político a sua própria substância. A Monarquia tem de representar as raízes e a continuidade, contra a improvisação e a instabilidade.

A sua posição deve ser contrária ao que se costuma chamar “regimes de opinião”. Esta "ideocracia" que hoje comanda a política mundial, é o domínio de um ponto de vista abstracto e único que, por oposição com o estado das coisas natural e histórico, é estendido por um partido ganhador a toda a vida da Nação.

Ao separar o regime político da vida dos povos e ao fazer dele uma estrutura uniforme e isolada, perderam-se a tradição e os hábitos estáveis de governo, substituindo-se o instinto de adaptação e de evolução histórica por pontos de vista meramente individuais, ideias afastadas da realidade, na maior parte das vezes utópicas: a consequência lógica disto foram o simplismo e a inflexibilidade dos actuais regimes.

A nossa monarquia e a nossa constituição histórica não se formaram por decretos nem pragmáticas dos réis, surgiram sim das entranhas da própria sociedade. Como todas as antigas instituições não há data para a sua aparição, quando se conheceram já tinham séculos de existência, estavam entranhadas na alma do povo.

A antiga Monarquia, embora nascida da sua própria História, era uma tradição política viva que tinha o poder de incorporar pacificamente tudo o que de útil e necessário traziam os tempos, assimilando a sua própria substância, sem prejuízo da sua unidade e continuidade. Era um regime que assentava na natureza das coisas, unia povos diversos na mesma monarquia, sem restringir a sua autonomia e personalidade, podia absorver e incorporar modos, estilos, hábitos e sistemas alheios sem desconstruir a sua estrutura tradicional.

Retirado e adaptado de “A monarquia social e representativa no pensamento tradicional” de Rafael Gambra Ciudad e publicado in "A Bandeira Branca" em 15/10/2015 por Guilherme Koehler.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O Municipalismo e a liberdade.


O sistema liberal em que vivemos desfez por completo as liberdades municipais. Os Foros durante séculos foram figuras muito importantes das nossas instituições, símbolos da liberdade e da verdadeira participação política dos indivíduos que, contrariamente ao que nos quer impor o demo-liberalismo, começa na família e continua nas câmaras municipais

O sistema instituído, hipocritamente, por um lado pede o voto ao indivíduo, por outro não o deixa decidir sobre as questões importantes do seu município.

A verdadeira liberdade consiste no livre exercício da soberania social de um povo, obrigando a soberania política do Estado a servi-lo e a ampará-lo. Os Foros eram exemplos de liberdade desde a época medieval, foram aplicados em toda a Península e não há razão lógica para a sua radical extinção pelo liberalismo, com a aplicação do chamado direito novo. 

Tanto o corporativismo orgânico, como o conceito de Tradição têm as suas raízes na ideia de que a sociedade se fundamenta na natureza do homem.

Segundo Aristóteles, o homem é um “animal social” e isto foi ignorado tanto pelo racionalismo liberal, como pelo socialismo estatista.

Estas instituições naturais e fácticas exigem unidade e direcção que devem ser asseguradas pelo Estado.
“Todas as instituições legítimas têm a sua origem numa necessidade da natureza humana e o Estado tem a faculdade de conhecer a pessoa colectiva, mas não tem o direito de criá-la, segundo a teoria de que só o Estado existe por direito próprio e as outras instituições aparecem por sua concepção e tolerância.”


Guilherme Koehler in "A Bandeira Branca" em 12 de Outubro de 2015.

Os "malhados" mandam na Causa Real.


A Instituição Monárquica devia seguir a Tradição, aliás defender a Pátria, a nossa Identidade Nacional é um dever do Rei.
Já sabemos que no séc. XIX, as ideias da Revolução Francesa chegaram a Portugal com a Constituição de 1820.

Os Patriotas que se uniram a Dom Miguel I, foram derrotados em 1834, mais pela força das potências estrangeiras*, do que pelo apoio popular, mas ficou sempre no povo uma resistência às ideias liberais, que se manifestou na Revolta da Maria da Fonte, na Emboscada, na Patuleia, no Sidonismo e em parte no Salazarismo.
Também a seguir ao 25 de Abril, a derrota dos comunistas é em parte devido à resistência do povo que ama a Tradição.

Do outro lado da barricada estavam os "malhados", os liberais amantes da Revolução Francesa, logo a seguir, parte destes viraram republicanos, estiveram com os "Afonsos Costas" e "Antónios Josés Almeidas", a seguir estiveram na oposição ao Salazarismo, viraram democratas e presentemente dominam os Partidos Políticos. Era altura para dizer que bastava, mas os "malhados" também querem mandar nos monárquicos, por isso, são eles que aconselham e dominam a Causa Real.

Estes malhados, um bando de traidores à Pátria e ao Rei, em 1910, não deram um tiro para defender a Monarquia e foram esses "Ficalhos badalhocos" e "Lavradios cobardes" que convenceram o Rei Dom Manuel II, a fugir para Inglaterra, enquanto alguns republicanos se suicidavam, pensando que a revolta Republicana estaria a ser esmagada. Nessa altura, bastava a Dom Manuel ter aguentado mais uns dias em Portugal e as forças monárquicas, os miguelistas do interior teriam organizado a contra-revolução, pois o povo era anti-republicano.

Hoje a Monarquia está estagnada (pudera com os "malhados" a mandar em D. Duarte), bem podemos ficar mais 100 anos em águas-paradas, talvez daqui a pouco tempo, como os "malhados" monárquicos estão todos falidos, nem dinheiro haja para os jantares e as reuniões monárquicas passarão a ser tertúlias, para tomar a bica.

Como uma grande maioria do povo está contra este regime, a Monarquia tem de encontrar os seus adeptos, nos desiludidos do regime partidário e expulsar os malhados traidores da Causa Real.


Carlos Albuquerque in "A Bandeira Branca" em 11 de Outubro de 2015.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Retrógrados e conservadores!?

Não somos retrógrados, nem somos conservadores, não queremos voltar atrás, nem conservar o que está; somos, sim, reaccionários e renovadores. Reagimos contra o presente tal qual é e desejamos restabelecer, não o passado que tivemos, mas o presente que hoje teríamos, se influências não portuguesas nos não tivessem desviado do rumo natural da nossa evolução. 
Todos os elementos desnacionalizantes são postos de parte como nocivos.

Fig. 1 Estandarte Pessoal de Dom Sebastião.
Um dos nossos pontos fundamentais, tão fundamental como o do poder pessoal do Rei, é o revigoramento da Fé Católica esmorecida; o prestígio moral da Igreja a restabelecer para que a Pátria, criada moralmente por ela, como politicamente o foi pela Monarquia, possa encontrar nessas duas grandes instituições revigoradas e adaptadas à nossa época energias novas para ressuscitar, viver e progredir. À Igreja devemos-lhe as missões ultramarinas, essa portuguesíssima Companhia de Jesus que, durante a ocupação castelhana, soube manter o culto da língua e da Pátria sempre vivo, lá longe, no Império Ultramarino em decomposição; devemos-lhe, finalmente, à Igreja Católica, o espírito de resistência anti-maçónico que até à última defendeu a Pátria dos assaltos repetidos de maus portugueses.
Fig. 2 Monumento dos Descobrimentos.
Alberto Monsaraz em resposta a Raúl Proença, retirado e adaptado de "Polémica sobre o Integralismo Lusitano".
Publicado por Guilherme Koehler in "A Bandeira Branca" a 07 de Agosto de 2015.

O Rei - Representação nacional autêntica.


Uma representação nacional autêntica terá de abranger, para aquém e além do efémero presente, a herança do passado e a projecção futura, isto é, ajustar-se à personalidade histórica da nação.

E onde está o órgão ou a instituição, pergunta-se, que no Estado Republicano supra neste aspecto a falta da Dinastia?

O Rei, se pela sua função vitalícia já preenche uma geração, anda intrinsecamente ligado, pela ascendência e pela descendência, na extensão do tempo, ao longo evoluir nacional.
A sua história genealógica confunde-se com a história pátria. Que outra representação da nação se poderá pôr em confronto com esta, verdadeiramente nacional, que nos oferece a Realeza?

Quem não vê que o mecanismo da chefia republicana é um factor periódico e persistente de desunião e de luta interna? (…)

E como há-de um Presidente, eleito por um sector da população, em guerra contra outros sectores da população, simbolizar e exprimir uma unidade nacional?

Em contraposição, o Rei é o chefe de Estado que não se apresenta como candidato entre demais, nem se vota, nem se discute, não suscita desuniões. Situado num plano superior ao debate político, a sua chefatura tem um carácter nacional e pacífica, coordena, congrega, unifica.

Mário Saraiva in “Razões Reais”.


segunda-feira, 7 de setembro de 2015

A Igualdade, é ficção.

Este sistema conseguiu fazer crer aos povos que durante séculos e séculos tinham vivido em escravidão. A confusão propositada entre esta palavra e "hierarquia", serviu para lhes trazer a esperança num mundo de felicidade e igualdade, uma aspiração natural do homem para uma sociedade legítima.

Hoje podemos verificar que nenhum povo que se deixou levar pelos ideais revolucionários, ficou favorecido e todos continuam a ser vítimas dos políticos que, com as suas astúcias, os impelem para a luta em favor das suas ambições e fazem deles o alimento das mais diversas tiranias.





Os povos desde sempre gostaram dos homens com palavras bonitas, mas nunca e em qualquer lugar conseguiram o que lhes foi prometido. Desde os tempos mais recuados que falsamente se repete que os homens são todos iguais, mas, cada vez mais, a desigualdade mais vil e repugnante cai de forma agressiva sobre a espécie humana.

A igualdade será talvez o mais belo atributo da própria existência da sociedade, mas nunca, nem por uma só vez se traduziu em realidade, pois não passa de uma bonita e inútil visão ficcionária da lei.





Guilherme Koehler in "A Bandeira Branca" em 06/09/2015.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Dom Duarte seria o nosso Rei, se mudasse o seu discurso.


Dom Duarte seria o nosso Rei se mudasse o seu discurso.

Em primeiro lugar diria que descende do último Rei de Portugal, que por Patriotismo preferiu a pobreza do exílio em nome de um ideal e de Patriotismo, a ter as benesses prometidas pelos liberais se fosse um renegado.

Desde aquela data os Reis Usurpadores, que só o foram com o apoio do Estrangeiro, trouxeram os partidos, a corrupção e a bancarrota.
A sua família passou dificuldades por uma Lei do Banimento anti-patriótica.

A morte de D. Carlos I foi o castigo vindo do túmulo de D. Miguel I e não uma acção da Carbonária.
O Salazar humilhou esta família e o Ideal Monárquico, roubando a Casa De Bragança, e permitindo a pobreza da sua família.

O ódio aos liberais era tanto e aos seus Reis que se apaixonou por uma descendente do mandante do Regicídio de um Rei Usurpador, não foi por amor foi por gratidão.

Hoje está próximo do povo, também tem uma casa hipotecada ao banco e viaja em turística porque não pertence ao "Jet Set".

A seguir teria de se afastar dos partidos e expulsar das suas relações quem os defenda.Teria também que rasgar o parecer do M. N. E. (Ministério dos Negócios Estrangeiros) que o defende porque o que é bom para a Republica é mau para a Monarquia.
Teria de lutar pela saída de Portugal da C. E. E., afim de Restaurar a Soberania.

Teria que extinguir os partidos e descentralizar o poder nos Municípios e em vez de reunir Parlamentos, reunir Côrtes, alterando o sistema representativo, onde 500000 votos do interior não elegem nenhum deputado.


Mas, antes de tudo isto, teria que ser Aclamado numas Côrtes Gerais legítimas, para poder depois Governar, mesmo que apoiado em bons estadistas e não em governantes que só pensam em ganhar eleições e são uns compulsivos mentirosos.

Se nada disto fizer vai continuar a ser o "Bobo da Republica" e qualquer dia vai ser obrigado a ir trabalhar para ganhar o seu sustento.

Carlos Albuquerque in "A Bandeira Branca", em 07/08/2015.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Somos Monárquicos Tradicionalistas.

A alma nacional não aceita desvios do que consideramos o nosso destino, nem rompimentos abruptos com o nosso passado.
Os laços do dever não unem apenas os vivos entre si, mas ligam-nos fortemente aos que já se foram, ancestrais cujas vozes ainda soam nas profundezas nossas almas e cujos usos e costumes continuam vivos e existem porque eles nos transmitiram.

Ser tradicionalista representa uma consciência dinâmica das glórias passadas e uma vocação universal perene dos nossos símbolos sempre actuais. 


Temos a certeza do poder da Fé e não abdicamos de exaltar as virtudes nacionais contra aqueles que todos os dias, através dos media, procuram envergonhar-nos das nossas tradições, do nosso temperamento, do nosso carácter, do nosso próprio critério, lançando-nos numa guerra contra Deus.
Defendemos as instituições civis e religiosas que fazem parte da unidade e da particularidade da Nação Portuguesa porque ao não aceitarmos os ditos paraísos modernos e os seus moralistas, preservamos as Famílias dos danos causados pela uniformidade imposta pelos nefastos modelos revolucionários.

Não colaboramos com aqueles que pretendem acabar com as diferenças entre os homens e os povos em nome de uma abstracta e satânica religião global.


Não reconhecemos as condições e os dogmas impostos por certas organizações e grupos de pressão internacionais, não queremos perder a nossa própria identidade e uma vida autenticamente soberana e independente.

Guilherme Koehler in "A Bandeira Branca" em 02/08/2015.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Por Deus – Pela Pátria – Pelo Rei


Não podemos esquecer um facto incontornável: a nossa consciência de grande Nação está intimamente ligada à Fé Católica.

Foi ela que nos livrou de sermos presas fáceis de vizinhos gananciosos e, se um dia essa Fé se extinguir, poderemos ser novamente apetite de um qualquer reino taifa.

O ódio à religião Católica é, ao mesmo tempo, o desprezo por tudo o que é intrinsecamente português, não passa de uma tentativa de viciar, confundir e perverter o nosso carácter e desmembrar a maneira de ser nacional. Todas as tentativas de abafar a presença da Fé Católica na vida social portuguesa são expressões que visam unicamente a autodestruição, fazem-nos lembrar os escorpiões que cravam em si mesmos o seu ferrão e agonizam vítimas do seu próprio veneno.

O esforço da República maçónica para aniquilar tudo o que faz parte da "alma" da Nação Portuguesa é um facto visível, mas dos republicanos não podíamos esperar muito mais, no entanto, em boa verdade, é de todo inacreditável a colaboração da CAUSA REAL que, esquecendo 800 anos de gloriosa História de Portugal, transformou o "DEUS – PÁTRIA – REI" num Anti-Nacional "UM POVO, UMA PÁTRIA, UM REI", negando à Monarquia a sua vinculação secular à transcendência.




quarta-feira, 22 de julho de 2015

A falácia da democracia.

O sistema democrático está obsoleto porque mal vai conseguindo dar o que a sociedade pede. Cria constantes desequilíbrios na população e é assim pelas diferenças de mobilidade entre os que estão afastados e os que estão perto dos lugares de decisão. Os que estão longe do poder central não fazem ouvir as suas reclamações que se transformam em nada, apesar dos seus esforços para o conseguir, para vencer obstáculos e dificuldades, para ter uma maior participação na riqueza.


Sendo a democracia um sistema que supõe que o povo é soberano e o poder se exerce através de representantes, os quais se supõe que dirijam a sociedade trabalhando na procura do melhor para todos, isto não acontece na realidade porque o representante ao assumir funções, altera a sua postura, acomodando-se às ordens do partido.

O voto universal é uma ilusão de alguns "iluminados" que nada sabem de sociologia e que partiram da falsa premissa da igualdade de espírito e de intelecto entre os homens. A verdade é que para muitas pessoas a política não tem qualquer tipo de interesse, o que os leva a votar sem sentido de lógica o que conduz inevitavelmente a um resultado fortuito e que raramente tem um sentido positivo.



Nunca a universalidade do voto deu os resultados que teoricamente os iluminados previram ao implementá-lo, pois depositaram as suas expectativas no pressuposto de que a educação nivelaria os eleitores, facto que nunca ocorreu, pois se um indivíduo na herança genética tem menos de 100 de QI, por mais que se eduque, será sempre estúpido faça o que fizer.

A actual democracia está acabada, é um conjunto de ideias conceptuais extintas, uma grande falácia que não dá respostas à sociedade e, por isso, o melhor é pensarmos num outro sistema.



Guilherme Koehler in "Prometheo Liberto".

sábado, 18 de julho de 2015

Acerca da sucessão no trono em 1932, Legitimistas Vs. Constitucionalistas.

Muito se tem dito e escrito acerca que quem teria legitimidade para suceder no trono, após a morte de Dom Manuel II de Portugal. Ora, importa sobretudo dizer, que existem dois grandes pontos de vista sobre este assunto, pois o problema não começa aqui, pelo contrário, já vinha desde 1834, com a Lei do Banimento, promulgada por Dona Maria II, após a Capitulação de Évoramonte, assinada pelo Senhor Dom Miguel I de Portugal. E os dois pontos de vista, são os seguintes, temos o ponto de vista dos Legitimistas e o dos Liberais, fieis à Carta Constitucional.

1º Ponto de vista - os Legitimistas/Tradicionalistas: Para estes, o último Rei legítimo de Portugal, foi o Senhor Dom Miguel I, pois, nem Dom Pedro, nem a filha, Dona Maria da Glória, a Princesa do Grão-Pará teriam direito ao trono, pela traição cometida pelo ex-Imperador do Brasil e só conseguiram colocar a futura Dona Maria II no trono, com a ajuda militar das forças da Quadrupla-Aliança. Portanto, após a extinção da linha usurpadora do traidor Pedro I do Brasil, Restaurar-se-ia a verdadeira Monarquia Portuguesa, com os seus Foros, Usos e Costumes, sempre fieis a Deus, Pátria, Foros e Rei. E como tal, o legítimo Rei, seria o Sr. Dom Duarte Nuno, representante da linha de Dom Miguel I e de Sua Casa em 1932, data da morte de Dom Manuel II. É claro que para os legitimistas, a Lei do Banimento de 1834 é ilegítima e sem valor algum, bem como a Constituição. Pois, Portugal tinha as suas próprias Leis e Foros que permitiam gerir a Nação dum modo justo para todos os portugueses.

2º Ponto de vista - os Liberais Constitucionalistas: Para estes, seguindo as suas próprias leis e ao contrário do que diz o parecer do Dr. Ferreira do Amaral, vulgo Barão de Oliveira Lima, após a morte de Dom Manuel II, quem teria legitimamente sucedido no trono, seria a linha da Infanta Ana de Jesus Maria, filha de Dom João VI, na pessoa do Duque de Loulé. Pois, a Lei do Banimento de 1834, exclui perpétuamente a linha do ex-Infante Dom Miguel da sucessão no trono de Portugal. E o Artigo 98º da Constituição Política da Monarquia Portuguesa de 1838, diz claramente que, "A linha colateral do ex-Infante D. Miguel, e de toda a sua descendência é perpétuamente excluída da sucessão.".

Posto isto e ao contrário do que defendem os actuais apoiantes de Dom Duarte Pio e o já atrás referido, Dr. Ferreira do Amaral, pelas próprias leis da constituição que todos eles tanto defendem, seria completamente impossível que Dom Duarte Nuno, tivesse sucedido no trono, após a morte de Dom Manuel II em 1932. Poderia de facto ter subido ao trono, segundo o ponto de vista legitimista, que seria o da Restauração da verdadeira Monarquia e da linha legítima, mas como isso não aconteceu, ficámos sem Rei e continuamos a viver em República.

Quanto à alegada revogação da Lei do Banimento de 1834, pela República em 1950. Esta lei diz respeito essencialmente à sucessão do trono. Ou seja, excluí a linha de Dom Miguel I. Ora, se a República não reconhece a Monarquia, nem os títulos nobiliárquicos atribuídos após 1910 pelos "alegados" chefes de casa real, não pode de modo algum, revogar uma lei que diga respeito à sucessão do trono de Portugal, como é o caso da Lei do Banimento de 1834. Essa Lei, apenas poderá ser revogada por umas Côrtes Gerais Constitucionais legítimas.

O que o Estado Novo da República Portuguesa fez em 1950, foi revogar a Lei da Proscrição de 1910. Essa sim, legitimamente revogada, porque tinham competências para tal. Agora a lei de 1834, nenhuma Assembleia Nacional Republicana, tem competências para a revogar, porque diz respeito à sucessão do trono de Portugal, algo que a República não reconhece, nem tem competências para legislar sobre tal matéria.

Conclusão:

Para os Liberais, em 1932, após a morte de Dom Manuel II sem herdeiros, quem Lhe deveria ter sucedido, teria sido o Duque de Loulé, descendente da linha da Infanta Ana de Jesus Maria (pois a linha de Dom Miguel I estava excluída da sucessão). Isto, seguindo as leis que vigoravam em 1910, que eram as da Monarquia Constitucional Parlamentar.

Enquanto que, para os Legitimistas e pelas Leis da Monarquia Tradicional Portuguesa, que não reconhece Constituição alguma e tem Dom Miguel I de Portugal, como último Rei legítimo da Nação Portuguesa; após a queda da Monarquia Constitucional (usurpadora) em 1910, teria sido restaurada a verdadeira Monarquia e o legítimo sucessor teria sido o Sr. Dom Duarte Nuno de Bragança (pai do actual pretendente, Duarte Pio de Bragança), legitimo representante da Casa de Dom Miguel I naquela altura. 


A Monarquia Portuguesa nos nossos dias: Actualmente, segundo tenho lido e acompanhado, o Sr. Dom Duarte Pio, o actual representante da Linha Legitimista do Senhor Dom Miguel I renegou a Causa legitimista e tornou-se Liberal-Constitucionalista. Portanto, a Causa Legitimista está órfã de pretendente e disposta a aceitar, o primeiro Nobre, descendente de Dom Afonso Henriques que aparecer a defender as Leis Fundamentais da Monarquia Portuguesa e Jurar guardar aos portugueses, os seus Foros, Usos e Costumes

Por Deus, Pátria, Foros e Rei.



A Monarquia e a verdadeira democracia Foral.


O principal objectivo da política social do tradicionalismo é pôr fim à injustiça da desigualdade na distribuição das riquezas. Para isto é fundamental uma redistribuição justa dos meios económicos e assegurar a todos uma parte satisfatória, ou em forma de propriedade familiar, ou por participação nas propriedades sociais.

Esta questão da propriedade é, em boa verdade, um tema central na economia. Não se pode aceitar uma sociedade como a actual em que 85 a 90% dos homens são assalariados. 

O projecto tradicionalista é precisamente abrir a propriedade aos assalariados, como defendem os distributistas, os tomistas, os corporativistas franceses pioneiros do catolicismo social e economistas, ou seja, como defende todo o pensamento contra-revolucionário e católico. 

Numa sociedade justa o homem deve ser proprietário de bens tais que lhe permitam satisfazer as suas necessidades, consoante o nível médio do meio em que vive. Para se atingir este objectivo é necessário, por um lado, um poder político forte e independente do poder financeiro que só pode ser a Monarquia e, por outro, a recuperação do papel político da Família e do Município, Famílias fortes e livres em Municípios livres: a Democracia Foral. Só desta forma se pode eliminar para sempre o mero assalariado, sem raiz social efectiva, apenas um vendedor de trabalho e de votos eleitorais.

Guilherme Koehler in "A Bandeira Branca".

quinta-feira, 16 de julho de 2015

A Ignorância histórica.


Os "democratas" liberais querem curar as feridas que debilitam a nossa civilização, mas é impossível porque o seu acto não passa de ignorância histórica

Não sabem o que se passou na Europa e particularmente na Península Ibérica nos últimos 150 anos. Não sabem que o liberalismo nasceu como um levantamento dos ricos contra os pobres; não sabem que o liberalismo criou as suas raízes à custa de um mar de sangue e graças às baionetas e ao dinheiro de potências estrangeiras; não sabem que a maçonaria com as suas famosas leis de desamortização, roubou os bens à Igreja e assim defraudou o povo do que, desde sempre, foi conhecido por "património dos pobres"; não sabem que todo este sistema foi concebido sem consulta popular, o povo que tinha, durante séculos, doado à Igreja tesouros e terras de um valor imenso e que esta administrara em benefício de toda a Pátria

A venda forçada das terras da Igreja criou uma nova classe cuja existência dependia da perpetuação deste grande latrocínio. Uma sociedade de novos ricos ascendeu e apoderou-se dos destinos da Pátria
Também não sabem estes "democratas" de hoje que foram estes mesmos que acabaram com as antigas "constituições" provinciais e com a força das Famílias e Municípios passando-as a meras entidades administrativas, mudas e sem personalidade própria, reduzindo tudo o que não é a capital à escravatura. 

Ignoram ainda que o liberalismo nem a Universidade respeitou, convertendo a sua antiga liberdade numa burocracia mais e cujos catedráticos passaram a ser simples funcionários do Estado; não sabem que esta mesma classe de ricos acabou com as corporações e desta forma despojou os trabalhadores não só do seu instrumento de defesa dos seus interesses e direitos, mas também da sua dignidade pessoal; não sabem que o sistema de partidos foi uma máscara atrás da qual trabalhava na sombra um grupo de homens para se tornarem donos do país; não sabem que os usurpadores de 1834 não passaram de uns fantoches, de uma sequência de figuras coroadas. 

Por fim lembro a estes "democratas" que os levantamentos Miguelistas e Legitimistas tiveram como Bandeira as LIBERDADES e a RELIGIÃO do POVO PORTUGUÊS.


Retirado e adaptado de "O problema do Ocidente e os Cristãos" de Federico D. Wilhelmsen.

A Legitimidade do Senhor Dom Miguel I ao Trono de Portugal.

Golpe de Vista, em que compendio, mas em luz clara, e brilhante se propoem as razões, e fundamentos, que demonstrão, a ponto de evidencia, a Legitimidade dos Direitos d'ElRei o Senhor Dom Miguel I. Ao Throno de Portugal..., em 10 de Março de 1829. [Obra atribuída a Frei Fortunato de S. Boaventura].

(...)
Todas as razões, ou fundamentos dos Direitos do Senhor D. Miguel ao Throno de Portugal podem commodamente, para sem dificuldade se perceberem em hum ponto de vista, reduzirem-se a duas classes: Primeira, das que demonstrão com evidencia a justiça da exclusão do Senhor D. Pedro, seu irmão mais velho, da Sucessão ao mesmo Throno. Segunda, das que demonstrão em igual evidencia a legitimidade da Accessão do Senhor D. Miguel aquella Sucessão pela exclusão do Senhor D. Pedro. As razões, ou fundamentos da 1ª classe também se podem reduzir a seis e as da 2ª classe a outras seis; mas as seis da 1ª classe acrescentarei mais três, menos decisivas, mas subsidiárias, e de grave reforço.



1ª PARTE

Em 1ª classe = Razões, que decidem incontestavelmente a exclusão do Senhor D. Pedro, não obstante a sua naturalidade, e Primogenitura.

O Senhor D. Pedro, bem que nascido em Portugal, e primogénito do Senhor Rei D. João VI, perdeo os Direitos, que huma, e outra qualidade lhe davão á Coroa de Portugal.

1º Porque muito por seu querer e escolha se fez Estrangeiro a Portugal, passando a ser Soberano independente, e Imperador do Brasil, tendo-se por isso desligado este absolutamente de Portugal.

2º Porque o Senhor D. Pedro, Filho, e Vassallo do Senhor D. João VI Rei de Portugal, não só aprovou, e favoreceo a Rebellião do Brasil, mas se apresentou á testa dos Rebeldes, e Revolucionários, como seu Chefe; desmembrou do Reino de Portugal aquella importantíssima Colónia, elevada por seu Pai á qualidade de Reino; e até se declarou a si próprio solemnemente perpetuo Defensor do paiz rebellado.

3º Porque os Senhor D. Pedro, além de separar da Mãi Pátria aquelle Estado, fez declarada guerra offensiva a Portugal, sua Patria; e tudo isto para sustentar a Rebellião do Brasil, e a desmembração, e usurpação de huma dos mais interessantes, e consideraveis Dominios de Portugal.

4º Porque o Senhor D. Pedro propoz-se, empenhou-se, e fez quanto em si estava, para por meio da sua Carta Constitucional, que mandou jurar em Portugal, desmanchar, e destruir arbitrariamente as Leis fundamentais deste Reino, e o que havia de mais venerável em suas Instituições, assim pela sua antiguidade, e inalterável observância, como pelas suas vantajosas, e experimentadas utilidades.

5º Porque o Senhor D. Pedro, como Imperador do Brasil, se obrigou a residir sempre no Brasil, e não pode vir residir em Portugal; residência esta absolutamente indispensável para poder succeder na Coroa de Portugal.

6º Porque o Senhor D. Pedro mesmo positiva, e expressissimamente declarou que nada queria de Portugal, e até reconheceo mui solenemente que, sendo Imperador do Brasil, não podia ser Rei de Portugal.

Accrescem porém ainda sobre tudo isto tres razões subsidiarias, que não devem ficar em silencio.  1ª O Senhor D. Pedro nem em Portugal, nem no Brasil foi acclamado Rei de Portugal.

2ª O Senhor D. Pedro não... prestou o Juramento de guardar aos Portuguezes seus Privilégios, Liberdades, Foros, graças e costumes, que as Leis Fundamentais da Monarchia mandão que os Reis de Portugal prestem antes de serem levantados Reis, e antes que os Estados do Reino lhe prestem o Juramento de preito, e homenagem.

3ª Ainda no caso de se poder suppôr legitimada pelo Senhor Rei D. João VI no Tratado de 29 de Agosto de 1825 a usurpação, e levantamento do Brasil em Império independente: caso puramente ideal, e de mera supposição, esse caso seria justamente o que previrão as Côrtes de Lisboa de 1641, dizendo: que se acontecer succeder o Rei deste Reino em algum Reino, ou Senhorio maior... e tendo dous, ou mais filhos varões, o maior succeda no Reino estranho, e o segundo neste de Portugal; e este seja jurado Príncipe, e Legitimo Sucessor..."   2ª PARTE

E 2ª classe de razões, ou argumentos. Razões que demonstrão em evidencia a legitimidade da Accessão do Senhor D. Miguel à Successão da Corôa de Portugal, pela exclusão do Senhor D. Pedro.
O Senhor D. Miguel tem legitimo, e rigoroso direito á Corôa de Portugal

1º Porque excluido justamente della o Senhor D. Pedro por tantas, e tão incontrastaveis razões, que ficão ponderadas, elle he o Filho segundo vivo (a) do Senhor Rei D. João VI, e o irmão immediato do Senhor D. Pedro, em quem a mesma Corôa pelas Leis fundamentaes da Monarchia (b) necessariamente recahe.

2º Porque o Senhor D. Miguel não só nasceo, e foi creado em Portugal, como expressamente requerem as Côrtes de Lisboa de 1641; mas nunca perdeo, nem de facto, nem de Direito (c), os direitos da sua naturalidade, nem os renunciou expressa, ou tacitamente, naturalisando-se em Paiz estranho, fazendo-se Estrangeiro.

3º Porque o Senhor D. Miguel aos direitos da sua naturalidade, e immediata Successão, como segunda Linha reune o da sua residencia actual, firme, e permanente em Portugal, sem se achar ligado por vinculo algum a outra residencia fora delle, e por isso por felicidade deste até aqui desafortunado Reino, não ha, nem pode haver a mais leve desconfiança de que este seu verdadeiro Libertador, e Restaurador (d) jámais o deixe, e abandone.

4º Porque assim a exclusão do Senhor D. Pedro da Corôa de Portugal, como todos os indicados Direitos do Senhor D. Miguel, depois do mais exacto exame, e discussão forão reconhecidos, e declarados legitimos, e indubitaveis do modo o mais unanime (e) e solemne pelas Côrtes verdadeiramente Portuguezas de Lisboa de 11 de Julho de 1828 pelos tres Braços, ou Estados do Reino, Clero, Nobreza e Povo, de cuja privativa competencia he toda a que tem sobre a Successão do Reino (f).

5º Porque o Senhor D. Miguel se tem exactamente preenchido todas as Solemnidades, que as Leis fundamentaes de Portugal requerem para a legitima exaltação de seus Soberanos ao Throno, além das que se apontão na razão antecedente, o Senhor D. Miguel nas sobredictas Côrtes de Lisboa de 1828 prestou o Juramento de Reger, e Governar bem, e direitamente o Povo Portuguez, de administrar-lhe Justiça, e de lhe guardar seus Bens, Foros, Privilégios, Liberdades, e bons costume; e em consequencia tambem os tres Braços, ou Estados do Reino alli reunidos, lhe prestárão ao mesmo o Juramento de preito, e homenagem (g).

6º E ultimamente porque o Senhor D. Miguel sobre legitimos, e rigorosos direitos, e legaes Solemnidades da Posse effectiva, em que está da Corôa de Portugal, Posse, que desde o feliz dia de 22 de Fevereiro de 1828, em que entrou neste Reino, na sua volta de Vienna d'Austria, lhe foi logo dada pela espntanea, e geral Acclamação do Povo Portuguez (h) quatro mezes antes da Celebração das Côrtes, e do Reconhecimento, e Declaração, que ellas fizerão da Justiça, e legitimidade daquelles mesmo Direitos, os quaes independentemente de tal Reconhecimento, e Declaração per si evidentes e incontestaveis (i); Posse, e Acclamação, que depois das Côrtes os Portuguezes não tem cessado de repetir, e confirmar com o maior entusiasmo, mostrando verbal, e praticamente (j) com os testemunhos mais decisivos, e com os sacrificios mais difficeis, e penosos que se felicitão de terem o Senhor D. Miguel I por Soberano, que, ainda que por Direito o não fosse, o querião por escolha, e não querem outro algum Rei, e Soberano.



"Golpe de Vista", em 10 de Março de 1829. [Obra atribuída a Frei Fortunato de S. Boaventura].