segunda-feira, 4 de abril de 2016

O passado é fonte de exemplos e de lições.

Tradição não é velharia, hábito irreflectido que apenas consiste em repetir cegamente o que já teve razão de ser e a não tem mais. Isso é inércia e a tradição é o contrário dela.
Não é também sinónimo de conservação, nem a explica o amor das ruínas estáticas, suspensas do beijo melancólico do luar. Para o verdadeiro tradicionalista, inteligente e activo, o Passado é fonte de exemplos e de lições. A tradição é para ele o que durou, o que provou secularmente. A vera tradição exige estudo e reflexão. É crítica. Reúne as forças da terra e do sangue, dos reveses do Passado tira ensinamentos, dos êxitos – modelos.

Representa-a o que de positivo nos legaram nossos pais antigos. E esse conteúdo positivo, continuadamente acrescentado no rodar do tempo, torna a Tradição coisa viva, que não cessa de se enriquecer, de progredir. Produto de costumes seculares e de necessidades próprias, assente sobre a observação e sobre a história, a Tradição é força activa que se desenvolve incessantemente. 

Tradição é continuidade no desenvolvimento, permanência na renovação, como Sardinha gostava de repetir.


Luís de Almeida Braga in "Posição de António Sardinha".

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